domingo, 28 de março de 2010

Eu amei um homosexual


Eu tinha aproximadamente 17 anos, quando eu tive minha primeira experiência com um homossexual, lembro-me como se fosse ontem, eu ia pegar um ônibus para ir até minha igreja, como eu fazia todos os finais de semana. Era por volta das 18h00 e meu ônibus sairia em 30 min, foi quando eu avistei um senhor bem vestido e muito simpático, ele não tirava os olhos de mim, eu estava sentado em um banco perto do ônibus e ele mais afastado, quando ele começou a piscar para mim. Lembro que fiquei bastante constrangido, mas tomei coragem e o convidei para se sentar ao meu lado. Prontamente ele atendeu ao meu pedido, ele já veio logo segurando na minha mão, e começou a tocar no meu cabelo. Pois com o mesmo sorriso que o chamei eu falei para ele o seguinte: -Tudo bem com você? Meu nome é Robert, qual é o seu nome? -Eu me chamo Marcos! Ele respondeu sorridente. -Pois é eu só te chamei aqui porque eu queria que você soubesse que eu sou muito feliz! Falei com um tom meio ousado. -Eu já sei, você é feliz porque você tem muitos amigos assim “como eu”, por isso você é alegre! Ele respondeu todo empolgado. -Não exatamente, na verdade eu sou muito feliz, porque um dia eu fui “lavado e remido pelo sangue do Cordeiro”. É sobre Ele que eu gostaria de te falar. Respondi com firmeza. -A não!!! Você é crente? Só me faltava essa… Ele respondeu tirando as suas mãos de mim, e um tanto indignado. Como em nenhum momento eu demonstrei algum tipo de preconceito, e eu queria conhecer a sua história, conversamos sobre a sua vida e também sobre a bíblia. Interessante foi eu estar levando minha bíblia na mochila, uma Thompson antiga, ou seja, uma bíblia enorme. À medida que passava um amigo do Marcos ele dizia: -Ô Fulano, vem aqui esse é o Robert, ele é crente e não tem preconceito, ele quer falar sobre a bíblia com a gente. Naquele domingo eu não fui para o culto na igreja, eu fiz meu próprio culto em um banco de rodoviária cercado de vários homossexuais, alguns sentados ao meu lado e outros sentados no chão, eu com a minha bíblia gigante no colo, as pessoas que desciam dos ônibus, ou passavam por lá paravam para ver o que estava acontecendo. Não me preocupei em falar sobre salvação, pois todos eles já conheciam a respeito de Jesus, eu apenas falei sobre o amor e graça de Deus, muitas sementes foram plantadas naquela noite. Ao chegar em casa, eu chorei muito na ora de orar para dormir, o grande vazio e os valores distorcidos daqueles homens, me tocou profundamente. Eu questionei, porque nós cristãos nos calamos tanto para essas pessoas? Porque eles diziam que eu não tinha preconceito? Qual era a visão de um homossexual para com a igreja, e qual a visão da mesma para com eles? Porque nós cristãos nos fechamos para essas pessoas? Deus me respondeu que eu poderia e deveria amar um homossexual, pois só através desse amor ele poderia se encontrar em Deus. Talvez você esteja pensando agora: Seria correto eu subir no púlpito de uma igreja e dizer que eu amo um homossexual ou uma prostituta? Nos meus vários anos de experiência com rê-socialização, e missões noturnas, eu descobri não só na teoria, mas na prática que se não houver amor, nunca haverá recuperação, pois somente o amor verdadeiro, aquele que vem do alto, de Deus, o que não se limita à raça crédulo ou sexualidade definida, é que pode trazer um homem novamente ao convívio da sociedade. Ele ama incondicionalmente, mesmo quando nós não o merecemos, Ele ainda chora por nós, e sofre as nossas dores, porque ele odeia o pecado, mas sempre amou o pecador. Eu não tenho problema algum em subir em um púlpito para dizer em alta voz que eu já amei, e ainda amo um homossexual, isso porque eu conheci um cara que não teve vergonha de subir nu em uma cruz, só para dizer que ama os homossexuais, os pedófilos, as prostitutas, os ladrões, os drogados, entre outros pecadores como eu e você. Ainda hoje eu tenho muitos amigos, que cultivei nas ruas e nos prostíbulos, são eles travestis, prostitutas, drogados, alcoólatras, mendigos, clientes das drogas e da prostituição, verdadeiros desgraçados como eu, com a diferença de que eu fui alcançado pelo favor não merecido da parte de Deus. Isso não me torna mais ou menos amado por Deus, mas me da o privilégio de poder abençoar essas pessoas que também são queridas do Pai, quem os coloca à margem da sociedade somos nós, Deus os coloca como a coroa da criação a imagem e semelhança dEle mesmo. Durante minha caminhada cristã eu percebi falhas em meu caráter, principalmente quando eu rotulava essas pessoas sem conhecer suas histórias de vida, talvez você se identifique com uma dessas falhas, e Deus esteja te chamando para um relacionamento mais profundo com Ele. Descobri que se eu amo pessoas que supostamente tem uma vida santificada semelhante a minha pseudo-santidade, eu não passo de um homossexual gospel, tão somente porque a principal característica de um homossexual é que ele ama alguém do mesmo sexo, ou seja, alguém que se parece com ele. Se eu só quero amar meus irmãos da igreja, eu sou um homossexual gospel porque eu escolho amar quem é igual a mim. Quando eu me encontro dentro de um sistema religioso, que nunca me permite enxergar a dor, os sofrimentos e as grandes desgraças do mundo e de quem esta ao meu lado, e eu me vendo para esse sistema, em troca de promessas que Deus nunca fez ou faria, quando quero buscar apenas bênçãos pessoais, eu não passo de uma prostituta gospel, pois eu nunca serei resposta para as mazelas do mundo ou voz contra injustiça, no lugar de lavar minha alma no sangue do Cordeiro, não somente para ser abençoado, mas para abençoar, eu lavo minhas mãos como Pilatos, nas águas sujas de um sistema religioso corrupto, que me ensina a buscar somente as bênçãos do Pai, mas muito pouco, o Pai que me dá essas mesmas bênçãos. O interessante é que nesse sistema eu posso ser uma prostituta gospel, mas a prostituta de verdade sempre vai ser uma meretriz, o gay um sodomita efeminado, o mendigo um morador de rua beberrão, a imagem e semelhança de Deus será sempre atribuída aos que foram alcançados pela graça sublime, ou aos líderes religiosos que são semi-deuses na terra. Daí a razão de serem prósperos em tudo. Descobri ainda que quando eu vou para uma igreja com o intuito somente de cantar desesperado, levantar minhas mãos e chorar, ficar anestesiado e entorpecido pelo chamado louvor espontâneo ou louvor extravagante, eu sinto muito mesmo, pois nós precisamos rever nossos conceitos sobre louvor e adoração. Quem sou eu para questionar a forma como se louva, acredito que essa função é dada ao Espírito Santo, o problema é que biblicamente nós adoramos a Deus com atitudes e não somente com cânticos chamados espirituais, se eu não vivo o que eu canto essas expressões de louvor são apenas uma grande viagem, uma ilusão. Quando isso ocorre, eu não passo de um drogado gospel. Se eu sirvo a Deus, somente com o intuito de ganhar dinheiro, seja através de uma fé genuína ou ainda por formas escusas, através do evangelho de uma falsa prosperidade, este mesmo que você esta pensado, este que tem arrastado milhares de cristãos para o inferno do capitalismo. Eu com certeza sou um mendigo gospel, pois eu não entendo que sem o próximo não existe Evangelho do Reino, e que viver somente de prosperidade seja qual for a área que se aplique ela, na verdade é viver de migalhas e esmolas espirituais, o que Deus quer nos dar em termos de qualidade de vida é muito maior que ouro e prata, não depende e nunca dependeu dessas coisas ou de uma vida cheia de grandes vitórias e glórias, se Deus tem te prometido somente essas coisas, acho que estamos falando de deuses bem diferentes. Ter um relacionamento íntimo e profundo com o Criador, essa é a verdadeira prosperidade. Ame incondicionalmente e com certeza você entenderá porque Deus te trouxe para este mundo, e assim será mais fácil você fugir desse mundo gospel. Hoje eu oro pelo Fábio (Travesti que atende pelo nome de Yasmin), pelo Edílson (ex-presidiário que é soro positivo, contraiu HIV após ser violentado sexualmente na cadeia), pela Claudette (se prostitui para sustentar o vicio de merla e crak), pelo Mário ( perdeu o senso da razão e é tido como louco, porque mora a mais de 20 anos nas ruas), entre outros muitos que eu poderia citar, pessoas maravilhosas que o próprio Deus me deu o privilégio e a honra de poder amar e abraçar como verdadeiros amigos. Perdoe-me se isso te incomoda, talvez Mateus 25:31-46 esteja rasgado ou riscado em sua bíblia, para não te incomodar também. Se você entende o que é Graça, e como ela somente inclui, não exclui, meus parabéns! Você esta apto para viver os valores e os conceitos do Evangelho do Reino de Deus, baseado no texto bíblico citado de Mateus, aproveite e tire um tempinho para ir visitar Jesus Cristo em um hospital, em uma prisão ou qualquer outro lugar onde as margens da sociedade se concentram. É legal quando nos lemos João 3:16 na ótica de I João 3:16. Para encerrar, sempre que eu vejo um homossexual seja um homem ou uma mulher na rua ou em qualquer lugar, eu fico muito tocado e faço sempre à mesma oração: . “Pai eu te peço, por favor, se eu tiver filhos, não permita que um deles se torne um homossexual, mas eu entendo que cada um escolhe seu próprio caminho e dará conta de si a Deus, como eu ouvi muitos exemplos de travestis que se diziam filhos de pastores ou filhos de crentes. Pai se um filho meu escolher este caminho, ensina-me a amá-lo como o Senhor ama a todos nós…”
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Robert Itamar Alves da Costa
JOCUM Floripa via LOVESA
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segunda-feira, 22 de março de 2010

Eis que estou à porta...


"Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo."
(Apocalipse 3.20)

Jesus bateu levemente à porta, mas havia tanta gente orando em êxtase, e ao mesmo tempo, que ninguém escutou. Jesus bateu à porta, mas naquele momento ocorria uma acalorada discussão entre liberais e conservadores sobre a melhor forma de adoração a Deus, e eles nem perceberam. Jesus chamou suavemente do lado de fora, mas naquele dia a congregação festejava alegremente a presença de convidados famosos…. E ninguém se deu conta. Jesus insistiu mais uma vez. Mas os gritos do jovem pregador tão alto e com tal veemência, que a platéia, hipnotizada, nem se mexeu.
O que fazia Jesus do lado de fora?. Ou colocamos Jesus de volta no centro de nossas vidas, ou nossa existência será marcada pelo vazio, pela superficialidade e por uma espiritualidade sem Deus. O q ele mais deseja é entrar e compartilhar conosco de cada momento vivido, de cada momento festivo, e também estar ao nosso lado quando enfrentarmos as dores, que cedo ou tarde virão. Eu diria que ele já está a algum tempo batendo à sua porta... Você percebeu?


(Autor desconhecido)


terça-feira, 16 de março de 2010

Tomando a Cruz...


“O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios.”

(1 Timóteo 4:1)


Hoje fui em uma Ministração da Cia Teatral Jeová Nissi. Sai de lá tão avivado que não dá pra não colocar meu desabafo aqui! Não estou nem ae para as pedradas que vou levar com o que vou escrever, mas é o que eu penso, é o que eu estou vendo e eu vou botar pra fora!

Nesses tempos tenho visto o cumprimento desse versículo acima. Nos dias de hoje o Evangelho perdeu o foco! Cadê o Evangelho que era pregado na Igreja Primitiva? Onde está? Hoje só se fala em dinheiro, prosperidade, carro zero, casa própria, curas, milagres, prodígios, etc. Como se isso fosse a base da fé cristã. Não vejo os Apóstolos da Igreja Primitiva fazendo esse apelo todo para trazer pessoas para Cristo. Naquela época era pregado a CRUZ! Era pregado que você tinha que negar a si mesmo, morrer com Cristo, etc. Onde está o Evangelho da Cruz? Hoje ser cristão é sinônimo de riquezas, de bem estar profissional, etc. Mas não é isso que eu vejo na bíblia! Aliás, sim, vejo que as pessoas eram prosperas, pois se você buscar o Reino de Deus, todas as coisas que você necessita serão supridas (Mateus 6.33 e Lucas 12.31). Mas não vejo as pessoas correndo para Cristo porque queriam ficar ricas, porque queriam bem estar profissional, etc. Ao contrário, quem se convertia já sabia que iria morrer sendo perseguido. Hoje se você for pregar isso, as pessoas viram as costas pra você e dizem que você está errado. Infelizmente esse tipo de pessoa quando vem o dia mau, como veio pra Jó, elas jogam tudo pro alto e abandonam a Cristo.

Tenho uma liderada que passa problemas na família, e tudo ela diz que vai largar Jesus. Na boa, se você que está lendo esse texto também é assim, eu tenho uma idéia pra você! LARGA LOGO, CARAMBAAA!!! Jesus não precisa de você, seu ridículo!

Não vou mentir pra você, não! Tem muito sofrimento pra você passar, tem lutas, perseguições, tribulações, problemas, enfermidades, etc. Deus permite que situações assim aconteçam conosco para nos tratar e nos amadurecer n'Ele. Ele quer levantar uma geração que vai conquistar as Nações pra Ele, mas Ele não vai colocar qualquer um. Ele não vai colocar um crente Zé mane pra liderar um Exército, que na primeira tribulação joga tudo pro alto! É tempo de amadurecer.

O diabo conseguiu entrar no meio do Evangelho e inserir suas doutrinas! Essa Teologia da Prosperidade é o maior engano do diabo no meio da Igreja! Se ter dinheiro é ser vencedor, então os crentes da África ou do sertão nordestino são tudo derrotados, né?! Cambada de safados que tiram versículos isolados pra tirar dinheiro das pessoas! Grrrrr... Eu estou iraaaaaaaaaaaaaaaado com esse sistema religioso! Não agüento mais! Ah, cara estou com tanta raiva do diabo... Ele tem enganado a Igreja. A Igreja tem se envolvido com tantas coisas que não tem levado ela a transformação da Cidade! Estou cansado de tudo! A minha vontade é dar uma de Deus e matar geral pra que uma nova geração se levante, mas sinceramente, não preciso fazer isso! Creio que Deus vai fazer. Não consigo mais acreditar que o Último Avivamento acontecerá nessa geração. Ela ta perdidinha, totalmente desfocada... Teologia da prosperidade, teologia da cura, teologia da felicidade, mas na verdade fomos chamados pra sofrer (Mateus 16.24). Não é isso que tem sido pregado... Estou farto de tudo! Eu queria muito ver a Última Chuva, mas acho que só fui chamado pra anunciá-la. Assim como Moisés levou o Povo para terra prometida e não entrou, Deus tem levantado pessoas que só vão preparar o caminho da Chuva. Pessoas que vão regar a terra, plantar as sementes, adubar a terra, colocar lá a bosta do boi ki é bom pra fertilizar as sementes... Mas na hora que a Chuva vir e os frutos nascerem, acho que não vou mais estar aqui... Acho até que não vou ver o arrebatamento...

Estou com depressão por essa Igreja que vivemos. Não agüento mais, cara! Nada do que eu prego adianta... Cansei de pregar pra crente! Eles riem da minha cara e dizem que isso é heresia. Por isso prefiro pegar uma pessoa que nunca conheceu Jesus, cuidar dela, apascentar, depois discipular... Porque elas entendem mais o propósito de Deus do que os "crentes".

Ta ae meu desabafo! Desculpem qualquer coisa, mas é o que está dentro de mim!


“Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

(Mateus 16.24)


Revoltado,

Rodrigo Menezes

PROFETA


♫ Leva-me pra cruz onde eu Te encontro.
Leva-me pra cruz de Ti preciso.
Ajuda-me a negar a mim mesmo e não a Ti.

Pois se morri para o mundo,
Este mundo não me atrai mais.
Pois se morri para mim mesmo,
As paixões não me atraem mais.
Pois se morri para o pecado,
Estou vivo para Ti, Senhor.

Eu estou crucificado.
Eu estou crucificado, contigo.

(Heloísa Rosa)

domingo, 7 de março de 2010

FIGUEIRA SEM FRUTOS


“Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: “Nunca mais dê frutos!” Imediatamente a árvore secou.”

(Mateus 21.19)


Como esse versículo fala comigo! Infelizmente ele mostra a realidade de muitos crentes hoje em dia.

Assim como Cristo olhou para essa figueira desejando comer os seus frutos e não pôde, assim Ele olha pra gente desejando os nossos frutos. Muitos crentes se encontram como essa figueira. Tem cara de crente, roupa de crente, linguajar de crente, tudo de crente (rsrsrs), mas não dão frutos! Estão na Igreja fazendo muitas coisas. Estão na Igreja envolvido com artes (louvor, teatro, dança, etc), obra social, títulos, etc, mas não tem dado frutos. O Senhor olha pra eles e só vê obras (mas nada encontro, a não ser folhas). Cristo não ta nem ae para o que você faz pra Ele! Ele está querendo seus frutos, Ele está querendo as vidas! Ele quer que você dê frutos, ou seja, gere filhos espirituais, ganhe os perdidos, leve os perdidos a Ele! Se você está envolvido com coisas que não tem te levado a gerar filhos espirituais, cai fora! Isso não é de Deus! O Senhor quer comer seus frutos!

É tempo de frutificar! Deixe o Senhor te podar! Deixe Ele te tratar e você dará muuuuitos frutos pra Ele.


“Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.”

(João 15.2)


Frutificando,

Rodrigo Menezes

PROFETA



sábado, 6 de março de 2010

REALIDADE ESPIRITUAL


A Igreja é o sonho de Deus e é por isso que tudo o que fazemos visa ao fim de edificá-la e santificá-la. Se a vontade de Deus é de que todos se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isso implica em que cada convertido deve ser levado à maturidade (à estatura de varão) e isso é obra do Espírito Santo. A Igreja que o Senhor está edificando é perfeita, não tem apenas quantidade, mas principalmente qualidade. Na fase do cumprimento das profecias de Apocalipse 22, esta Igreja se manifestará na Nova Jerusalém. Todos os crentes, de todas as épocas, sem defeito algum, completamente restaurados e amadurecidos. Ficamos dizendo que queremos trazer um avivamento de Deus para a nossa geração.



Pois bem, o avivamento nada mais é do que o Espírito Santo, que já está em nós, se expressando de uma maneira plena e poderosa, enquanto as pessoas da nossa cidade estão vendo, a cada dia, a vida de Deus se manifestar na nossa vida, comportamento, procedimento, caráter. Enquanto somos "crianças", podemos parecer com o nosso Pai em algumas coisas, mas, quanto mais crescemos, tanto mais nos parecemos com Ele no modo de agir, de pensar, de falar e de se expressar. É esse o alvo de Deus para nós: que o expressemos exatamente como Ele é. O avivamento e o avanço da Igreja dependem também da maturidade dos crentes. Por exemplo, quanto mais "maduros" tivermos, mais rapidamente e com muito mais força e realidade avançaremos e conquistaremos a cidade. Isso é óbvio: para tantos "bebês" que Deus projetar ter, Ele vai precisar de "pais" para cuidar deles e também para gerar outros filhos. Mas quem são estes "pais"? Esses maduros adultos na fé aos quais nos referimos? Adultos na fé são pessoas que possuem realidade espiritual, ou seja, são à prova de aparências. O crente "balão" é aquele que "parece" estar cheio e ter muito dentro de si, mas quando é submetido ao teste do "alfinete" esvazia-se completamente e mostra a sua verdadeira estrutura.



Só sabemos ao certo o quanto de realidade temos depois de termos sido provados pelas circunstâncias. Os dons de Deus são maravilhosos, sentir o Espírito também, rir ou chorar diante de Deus, mas estas são manifestações que atraem os homens. O que atrai a Deus é o caráter, a manifestação interior. Só o caráter aprovado produz autoridade no mundo espiritual. Calafrios, arrepios, tombos, manifestações físicas e pscicológicas não sustentam a nossa vida espiritual. Há muitos novos convertidos em nosso meio e eu quero advertí-los (não acusá-los ou condená-los) de que Deus quer que avancemos para a realidade do caráter, que é o que sustenta o testemunho de Deus na Terra.



Precisamos de realidade espiritual. No dia que você estiver passando por uma crise, ou dificuldade profunda, vai saber que arrepios ou emoções não vão conseguir segurar a sua fé viva. Porque a fé que resiste às adversidades é interior; é baseada em princípios, firmada no conhecimento profundo do Deus da Palavra. Aparências passam e nos deixam completamente frustrados e vazios, realidades sustentam a nossa vida. A palavra "verdade" em João 4 é a mesma que realidade. "Deus é Espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em realidade". Por quê? Porque sem realidade, não há adoração, e sem adoração a reunião não tem razão de ser, visto que o alvo primário de nos reunirmos é adorar ao Senhor. O Espírito da verdade é o Espírito da realidade. Só conhecemos de fato uma pessoa quando conseguimos avaliar o que ela é, tanto quando está na igreja, quanto em casa ou no trabalho, ou ainda sozinha, especialmente em situações constrangedoras ou difíceis. Muitas pessoas "caem" no espírito, mas não conseguem "andar" no espírito. Ter aparência de coisas espirituais não vai fazer diferença em sua vida; somente quem anda no espírito é espiritual. Você pode, no meio de um certo mover na igreja, ser envolvido emocionalmente, chorar e até cair, mas não é isso que produz realidade. O que vemos e sentimos nem sempre é real. Realidade é o que está inculcado em nós por princípio e não por experiência vazia de significado. Vou dar o exemplo do batismo. Há quem pense que basta batizar-se para ser salvo. Outros já acham que o batismo não é tão importante. Mas ele é a conseqüência do que "já" aconteceu no espiritual: o novo nascimento.



Eu pergunto, então, "quem é que teve a experiência do batismo, em realidade?" Aquele que não consegue mais viver no mundo! Não importa se tenha ou não passado pelas águas! Por trás das águas há uma realidade: a de alguém que entendeu que era morto e agora vive uma nova vida, de ressurreição pelo poder da Palavra, do sangue de Jesus e do Espírito Santo! Paulo diz que o amor de Deus nos constrange. No nosso contexto, isso significa ter uma experiência de amor capaz de envolvê-lo de tal maneira que você nunca mais vai poder se separar do Senhor. Não vai mais ser preciso que você ouça uma música de adoração para desejar adorá-lo; a adoração vai fazer parte da sua vida, você vai ter realidade. Quando a Bíblia diz que "morremos para o pecado", ela quer dizer que aquele que experimentou a realidade não consegue mais viver na prática do pecado. O crente que ainda gosta do pecado não experimentou a realidade da morte e ressurreição. Por isso, vencer o pecado não é uma questão de você fazer promessa ou de tentar, é uma questão de entender e crer. A questão não é trabalhar para Deus, mas conhecê-lo profundamente. Quem tem realidade não fica na igreja fazendo "coreografia" de crente, mas vive como crente vinte e quatro horas por dia, porque teve a vida transformada. Realidade não é algo que possa ser fabricado, forjado.



Eu sou homem, imagine o fardo que seria se, de repente, eu tivesse a "obrigação" de me comportar como mulher! Falar fino, usar saia, entrar em sanitário feminino etc. Meu Deus, que tentativa cruel de ser o que não sou! Mas é exatamente o que acontece com muitos irmãos. Tentam produzir a realidade, mas o máximo que conseguem é uma cópia barata e falsificada. Nós temos que aprender a viver diante de Deus o que nós realmente somos, o que realmente temos. Quem vai crescer é aquele que assume o que é e o confessa a Deus, se recusando a viver assim, antes buscando experimentar mudança em sua vida. A igreja não é lugar de hipocrisia, é lugar de realidade. O discernimento espiritual só vem depois que você tem realidade. O homem espiritual tem realidade, ele é superior. Esta é a proposta de Deus para todos nós.



A realidade espiritual acontece quando fazemos algo genuíno para Deus, mas que tenha vindo dEle mesmo. Do contrário, sem realidade só existe barulho e agitação. Se a vida de Deus se manifesta em você, quando fala você supre os irmãos. O segredo de quem prega não é falar bonito e profundo, é falar com realidade. Olhando por este prisma, a realidade espiritual no que diz respeito à obra não é o que você realiza para Deus, mas sim o que você experimentou de Deus. O fruto de suas experiências é que é, de fato, a sua obra. Isto é, quem tem pouca experiência tem pouca obra real, quem tem muita experiência com Deus, tem muita obra real. Suprimento é uma questão de realidade interior e não de algo forçado que tentamos fazer. Deus só confirma realidades, portanto, se você tem a realidade do que está pregando, Deus confirmará no coração das pessoas que o estão ouvindo e vida será produzida nelas. Você não pode ajudar as pessoas com as suas próprias palavras, ainda que amáveis, mas se você tem realidade com Deus, quando você falar, a sua vida dará vida àquilo que você fala e as palavras vão lapidar a realidade que estará se transferindo de você a elas. Isso é influenciar, é discipular de fato. Quanto mais realidade houver em nós, menos dúvidas teremos, menos questionamentos. A certeza da visão, do propósito, das estratégias, das direções, dos alvos e dos motivos de tudo está ligada à quantidade e à realidade de vida, de conhecimento e de experiência com Deus que nós temos. Vamos buscar em Deus o sermos cheios da sua vida para expressarmos com realidade o que Ele colocou dentro de nós.



Pastor Naor Pedroza

quarta-feira, 3 de março de 2010

MANIPULADORES

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rm.12:2

Como me entristeço ao ver a manipulação de sentimentos nas reuniões cristãs. Tanto em grandes denominações com milhares de seguidores até pequenos grupos que se reúnem em casas ou nas ruas o importante é que aqueles que assistem (como se na igreja houvessem expectadores) sejam tocados em seus sentimentos, “sintam Deus presente”, chorem, tenham uma experiência na alma, mas com ar espiritual, mesmo que saiam da mesma forma como entraram e necessitem de um novo culto para renová-los.

A manipulação vai desde as músicas, ensaiadas de antemão para levar o povo ao “clima” da reunião até a palavra preparada e executada com maestria para levar os sentimentos ao êxtase “espiritual”. Com dolo premeditado é fabricado um estado de alma sensível, um sentimento que é um misto de pesar, alegria e expectativa. Os “louvores” podem não tocar o coração de Deus, mas tocam o coração dos ouvintes, as orações tocam fundo na alma, ora prometendo grandes transformações “nessa noite”, ora levando os irmãos a uma introspecção de seu papel dentro da comunidade. Por fim a palavra, o ápice da reunião, onde os expectadores são levados em seus sentimentos ao local que o preletor desejar. Pode ser um profundo “quebrantamento” de alma, com choro e clamor ou ao êxtase coletivo e desenfreado com promessas de grandes benções e da presença de Deus.

Ao término os irmãos têm a sensação de terem sentido a presença do Deus, de serem tocados pelo Espírito e de poderem viver tudo quanto lhes foi apresentado, às vezes até as verdades do Reino. Fácil assim, como em um toque de mágica, sem arrependimento, sem renúncia nem esforço. Entretanto a volatilidade dos sentimentos não permite nada duradouro, pois ao menor sinal de provação ou lutas os sentimentos entornam e o abençoado sai dos céus para o inferno e deseja ardentemente mais daquela bajulação de alma que faz parecer que ele está tão perto de Deus. Basta uma bronca do chefe, por um trabalho mal feito (aliás, crente deveria ser exemplo em seu trabalho) ou uma divergência com o cônjuge onde nenhum dos dois quer perdoar, apesar de serem tão espirituais durante o culto, e toda a crentinice desce pelo ralo, deixando apenas a certeza que no próximo culto tudo será renovado.

Não existe transformação de entendimento, mudança de mente e confissão de pecados, tudo gira em torno dos sentimentos e das emoções. Ninguém se compromete com nada, com nenhuma mudança de caráter, com nenhum compromisso profundo com seu irmão e muito menos com o serviço ao próximo. O desejo é de alimento para a alma, sentir-se perto de Deus, ser abençoado, nem de longe passa pela cabeça ser transformado à semelhança de Jesus custe o que custar, mesmo que custe renunciar a própria vida (e custa, basta ler os evangelhos!). Não me admira que a maioria seja como o sal sem gosto, como lamparina apagada, como marionetes que enquanto o pastor as manipula durante o culto a aparência é de grande gozo e quebrantamento, mas no dia-a-dia, onde a luz deveria brilhar, o sal deveria salgar para nada mais prestam senão para envergonhar o evangelho demonstrando um caráter pior do que de ateus, descrentes e “vizinhos endemoniados”, apesar de cheios de arrogância religiosa. Não experimentam a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus, pois não é isso que buscam, mas sim serem saciados em suas próprias vontades.

Pior ainda são os líderes que aprendem a arte da manipulação de massas e se regozijam quando ao fim do culto ouvem: Nossa, o culto foi bom demais hoje! Senti a presença de Deus. Mas afinal o culto é para Deus ou para os irmãos? Não seria justo pensar se Deus gostou do culto, se o Pai das luzes se agradou do que aconteceu? Se tudo quanto foi dito, ouvido, cantado, orado cooperou com a transformação do nosso caráter ao caráter de Cristo ou apenas tocou em nosso sentimento? Parece que o pensamento comum dos líderes é: Se os irmãos não gostarem do culto, se sentirem incomodados ou forem confrontados com seus pecados eles não voltam mais! Tenho que prometer bênçãos e deixá-los dependentes de minha palavra que cura e liberta, afinal Deus quer que todos sejam felizes e eu sou se servo, chamado para trazer paz e felicidade geral. É isso que Deus quer mesmo?

Enquanto isso a igreja se cala, não é modelo de ética, santidade e pureza. Não bate na cara do mundo com seu caráter, antes demonstra um caráter coletivo interesseiro muito pior do que o dos ateus que são bons apenas pelo prazer de serem bons e éticos, não por medo de uma punição ou pelo interesse da benção. O mundo olha para a igreja e se sente superior, até mesmo mais santo, mais puro, mais honesto, pois pelo menos não vive na hipocrisia de falar que não faz, mas em oculto não apenas fazer como aprovar os que fazem e ainda ir com a cara mais lavada do mundo ao culto e condenar os que não fazem o mesmo. Hipocrisia sempre foi o pecado dos religiosos...

Que nosso Pai tenha misericórdia da Igreja e levante líderes sem interesses pessoais e comprometidos com o chamado de ir, fazer discípulos e ensiná-los o que Jesus ensinou. Que exponha os que se empenham apenas em prometer bênçãos e manipular massas para encher seus bolsos e seus egos. Que o Pai tire os comedores de carne de ovelhas e levante pastores de rebanhos comissionados pelo dono das ovelhas, dotados do zelo daqueles que cuidam das preciosidades alheias, lembrando que o alheio não é ninguém menos que Deus em toda a sua plenitude e propósito. Que os milagres feitos por esses tragam quebrantamento coletivo, não cobiça coletiva e super valorização do ego e que por fim a igreja seja a manifestação de Jesus na terra. O corpo daquele que hoje está nos céus, Cristo, manifestando sua presença entre as nações.

(Marcos Siqueira)

Fonte: http://filhoimperfeito.blogspot.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

Perdendo o controle


“Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus” (Mateus 18.2 – NVI)

Jesus respondeu essas palavras quando os discípulos fizeram uma pergunta sobre quem era o maior no Reino dos céus. Eles estavam preocupados com a hierarquia, o status e o poder! Na cabeça deles, ser o maior significava ser aquele que manda, que ordena, que dirige o barco e que tem o controle da situação. Essa era a idéia de “maior” que eles tinham. Afinal, eles viviam na cultura do Império Romano em que os maiores mandavam e os menores obedeciam.

Por isso, a resposta de Jesus é tão radical. Ele chama uma criança e diz que a porta do Reino dos céus só está aberta para aqueles que se convertem e, então, se tornam crianças. Nenhum adulto pode entrar no Reino dos Céus, ou melhor, a porta do Reino dos Céus não está aberta para ninguém que queira dirigir o próprio barco. Só podem entrar aqueles que querem ser dirigidos e governados por Deus. Só podem entrar aqueles que, como crianças, não têm o controle da situação.

Se na terra, existem indivíduos independentes, donos do próprio nariz, governadores da própria vida, sabedores de todas as cosias, deuses para si mesmos, no Reino dos Céus não existe espaço para outros deuses, mas apenas para o único Deus. Portanto, aquele que se converte, se torna ou será tornado como criança. Deus, por amor, agirá de todas as formas e maneiras para levar o seu filho ou filha a perder o controle da situação e o governo da própria vida. Somente as crianças podem entrar no Reino dos Céus; somente aqueles que perderam tudo (orgulho, vaidade, auto-suficiência, desejo pelo poder, anseio por glória humana, controle da própria vida, domínio das situações, capacidade natural de dar soluções) vivem na dependência do Pai.

Gustavo Bessa.